Não é vergonha nenhuma pedir ajuda em um momento difícil. O luto é um processo natural, mas, ainda assim, muito doloroso para qualquer um de nós. Ao passar por isso, é de grande serventia recorrer a um profissional qualificado para auxiliar você.

O terapeuta é alguém preparado para escutar e acolher aquilo com o que não conseguimos lidar muito bem. Para além de falar sobre a perda em si, um processo terapêutico vai ajudar você a se desenvolver enquanto pessoa em muitos aspectos.

Pensando nisso, este post discute a importância de fazer uma terapia do luto e explica como ela funciona. Quer ficar por dentro? Continue a leitura!

Por que buscar uma terapia diante da perda?

O luto é uma situação que, naturalmente, desestabiliza os entes próximos de quem faleceu. É comum que aquele que está nessa situação aja de maneiras inesperadas e até mesmo incompreensíveis para os outros.

Em entrevista, a psicóloga Rosane Pereira Mayer esclarece que “o luto não é uma doença ou síndrome, é um processo marcado por uma perda, que produz tristeza e angústia”. Essa também é uma fase que não tem um tempo fixo de duração — alguns demoram anos para superar uma perda.

Os efeitos podem ser muito devastadores e, a depender da situação, poderiam até mesmo caracterizar um luto patológico — que podem resultar em depressão, isolamento, alcoolismo, entre outras patologias, segundo Rosane. O fato é que, de uma forma ou de outra, todos nós ficamos desamparados e fragilizados nesse momento.

Portanto, ter acesso a um atendimento especializado pode ser efetivamente libertador. Mesmo que você tenha o amparo de amigos e familiares, a terapia é um espaço diferente. Afinal, trata-se de alguém com uma formação para a escuta — e, além disso, o profissional tem o distanciamento necessário para um trabalho de qualidade.

Por mais que você consiga passar por tudo isso sozinho e sobreviver, por que não tornar esse processo menos doloroso?

É obrigatório procurar uma terapia do luto?

Não. Apesar de ser útil e até mesmo necessária para muitas pessoas, a terapia não é a única saída possível para elaborar a perda. Cada um tem a sua maneira individual de passar pelo luto, e todas elas são legítimas.

Entretanto, não subestime o valor que um acompanhamento terapêutico pode ter em sua qualidade de vida.

Segundo a psicóloga, “há profissionais da área da saúde e, também, grupos de apoio que são muito eficazes, pois a pessoa vai poder se identificar com outros que estão nessa situação e, com isso, dividir angústias e dores, o que faz com que a solidão desse momento seja amenizada.”.

No entanto, Rosane ainda ressalta que é imprescindível que, aquele que esteja passando pelo período do luto, esteja de acordo em buscar essa ajuda, tendo em vista que se ela for forçada, o tratamento perderá a sua eficácia e não terá sucesso.

Como funciona o processo terapêutico?

A clínica é um espaço privilegiado de escuta e produção de sentido. Trata-se de um contexto que diz respeito apenas ao paciente e a seu terapeuta, de modo que você poderá falar sobre qualquer assunto que lhe seja relevante.

Vale lembrar que a terapia não funciona instantaneamente, como um remédio. Muitas vezes, é necessário um certo investimento e paciência para compreender sua função, mas os resultados são inúmeros.

É possível que você inicie a terapia para tratar de um luto, mas acabe continuando o processo para falar sobre outras questões importantes para você. Da mesma forma, você pode se utilizar do atendimento apenas por um certo tempo e, ainda assim, tirar proveito.

A fala, foco desse tipo de trabalho, é uma ferramenta com grande poder de transformação. É a partir dela que podemos lidar melhor com questões tão complexas como a perda e continuar nossa trajetória de vida.

A nossa discussão sobre terapia do luto foi útil? Então, leia também nosso post sobre o objetivo da vida e sua relação com a morte e entre em contato com mais reflexões importantes.